Como tem sido flagrante aos olhos de todos nós, as bibliotecas digitais (ou, mais correctamente, repositórios digitais) têm vindo a desenvolver-se paralelamente às ditas bibliotecas tradicionais. No entanto, não admitamos a ideia de que a missão das bibliotecas se tenha alterado. O tratamento da informação com vista à sua disponibilização continua a ser o principal ponto da sua missão (no entanto, não o único).Importa realçar que o aumento dos recursos digitais tem levantado vários problemas aos gestores de informação. O ambiente de trabalho destes profissionais altera-se e são várias as questões que se levantam: alteração dos conteúdos seleccionados, preservados e disponibilizados; complexidade na localização da informação; mudanças frequentes na tecnologia utilizada e falta de critérios standard relativamente ao hardware e software; contínua necessidade de formação de profissionais e utilizadores.
O profissional de informação terá de se adaptar ao cada vez mais usual ambiente electrónico, lidando com as novas tecnologias e aprendendo os seus benefícios e pontos fracos. Este profissional desempenha um papel cada vez mais importante e único, na medida em que está habilitado a criar sites de forma a promover o serviço e também pela capacidade de escolher sistemas de gestão automatizada.
O actual profissional deve saber qual a informação impressa que o serviço deve adquirir, bem como quais os recursos que devem ser disponibilizados. Deve ser mediador de informação, conhecendo claramente as necessidades dos seus utilizadores, de forma a lhes fornecer a informação quando lhe é pedida, ou até mesmo antecipar este pedido. Deve também ser capaz de dar aos seus utilizadores assistência na pesquisa e utilização dos vários recursos. Para além destas competências, o profissional deve ser capaz de intervir a nível educativo, reconhecendo a informação que é útil ao processo educativo e aquisição de conhecimento.
Um dos grandes desafios com a qual os profissionais de informação se deparam é com o facto de ser necessário continuar a considerar os recursos impressos tradicionais ao mesmo tempo que se inserem documentos digitais nas novas colecções, de forma a tentar suprir todas as expectativas e necessidades dos seus utilizadores.
Para além das competências profissioanais que são desenvolvidas através da formação, os gestores de informação devem, paralelamente, aplicar algumas competências pessoais, nomeadamente, capacidade de comunicação, conhecimento, atitudes e valores, interesse pelo trabalho e formação contínua.
Os profissionais de informação vêm as suas actividades desenvolverem-se, não sendo alteradas, apenas lhes sendo continuamente acrescentadas novas componentes. É necessário que se pense nas bibliotecas físicas ou tradicionais, as quais disponibilizam materiais impressos e profissionais que realizam o trabalho técnico necessário. Contudo, e cada vez mais, se as bibliotecas querem continuar a satisfazer os seus utilizadores, necessitam claramente de incluir informação e recursos digitais. Estas bibliotecas requerem, assim, profissionais que acompanhem os desenvolvimentos a nível educativo, de investigação, tecnológico, etc..
O bibliotecário tradicional do qual estamos habituados a ouvir falar deu lugar ao gestor de informação, desempenhando, para além das funções “tradicionais”, competências de gestão e de informática, sendo-lhe exigido um carácter polivalente.
A formação destes profissionais é flucral, na medida em que novas realidades e novos tipos de materiais exigem novos tipos de tratamento. É também necessário conhecer bem os recursos que estão disponíveis, pois o seu manuseamento requer formação a nível técnico.
Importa reter que a formação é sempre necessária. Isto porque as TIC evoluem muito rapidamente e estão constantemente a surgir novos suportes. Esta formação pode incluir acções de formação, congressos e seminários, testemunhos e troca de ideias com outros profissionais da área.
É importante também salientar que o trabalho em colaboração com especialistas de outras áreas deve ser considerada, devendo os profissionais apresentar uma atitude flexível mediante novas realidades. É claro que os serviços devem procurar soluções adequadas às próprias necessidades mas, no entanto, deve tentar manter-se um diálogo com outros profissionais da área para, desta forma, tentar conhecer situações semelhantes e respectivas resoluções, bem como com o intuito de se unirem numa força comum para negociar com editores e fornecedores de conteúdos digitais.
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