03 janeiro 2008

Bibliotecas Digitais/Bibliotecas Tradicionais, que futuro?

A nossa sociedade tem vindo a ser, ao longo do tempo, abalada pela introdução das novas tecnologias de informação e comunicação.
Há quem considere a Internet, talvez por ser um meio de comunicação cada vez mais adoptado nos últimos anos, uma grande biblioteca digital. Há mesmo quem considere que as bibliotecas físicas, ou tradicionais, tenderão a desaparecer e serão substituídas por um outro modelo de biblioteca. No entanto, existem também aqueles que se mantêm fiéis ao papel desempenhado pelas bibliotecas tradicionais, reivindicando a importância do livro para a nossa cultura.
A biblioteca digital é, muito sucintamente, uma colecção organizada de informação, onde se combina a estrutura da informação que as bibliotecas e arquivos já possuem com a representação digital que os computadores permitem.
Entre outros aspectos, a biblioteca digital permite-nos facilidades de pesquisa e de divulgação; traz novas formas de lidar com a informação (havendo ligações complexas entre os documentos) e abre-se o caminho para a preservação em formato digital.
A construção de uma biblioteca digital exige a análise prévia de algumas questões, tais como: direitos de autor, implicações sociais, divulgação ou não da informação, ferramentas tecnológicas disponíveis, requisitos de consulta, etc. A análise de custos e benefícios é também fundamental. Importa esclarecer se, por exemplo, há a possibilidade de conquistar novos utilizadores com este recurso, se há a melhoria de acesso para os utilizadores existentes e também se é possível criar novos serviços com base nesta biblioteca digital. O desenvolvimento de uma biblioteca digital deve orientar-se segundo alguns princípios: prioridade à utilidade, imperativo local, preferência pela novidade, implicações de intertextualidade, escassez de recursos e empenho na transição.
É certo que as bibliotecas digitais revolucionaram, de certa forma, o mundo biblioteconómico, na medida em que, por exemplo, eliminaram as barreiras físicas e as distâncias que sempre estiveram associadas às bibliotecas tradicionais.
A inclusão dos recursos digitais no seio das colecções das bibliotecas fez com que se passasse a permitir apenas o acesso à informação, deixando-se assim de ter a propriedade sobre os recursos.
Existem diferenças óbvias entre ambos os serviços. Vejamos: o ciclo editorial tradicional sofre alterações profundas, dado que nos recursos digitais qualquer pessoa pode editar, o que significa que terá de existir alguém responsável por garantir a qualidade desse mesmo recurso. Outra questão/diferença relevante é o facto de nos recursos impressos podermos controlar o número de cópias, enquanto que nos recursos digitais isso não é possível. Outra questão importante está relacionada com as novas edições, isto é, quando um recurso impresso sofre uma nova edição, existe uma indicação de tal, enquanto que os recursos digitais, ao permitirem uma leitura interactiva, podem sofrer modificações na sua aparência.
Como já foi referido, através dos recursos digitais, o utilizador não tem de estar sujeito aos horários das bibliotecas. Para colmatar este factor, as bibliotecas tradicionais oferecem o serviço de empréstimo domiciliário sendo, ainda assim, complicado suprir as necessidades de todos os utilizadores.
As bibliotecas digitais constituem uma ferramenta de enorme poder, mas que só será útil se os utilizadores possuirem e desenvolverem competências para a exploração e utilização desses mesmos recursos.
Como vimos, os recursos digitais oferecem um vasto leque de vantagens apresentando, no entanto, alguns aspectos menos positivos.
As opiniões divergem e as preferências também... No que me diz respeito, não abono a favor da “abolição” das ditas bibliotecas tradicionais. Existem diferenças óbvias entre os recursos, diferenças essas que podem suprir as diferentes necessidades dos diferentes utilizadores de diferentes formas...

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